O “mop” o oito invertido e a dedicação no trabalho

Somos todos iguais. Apesar de nascidos e criados em diferentes lugares e condições, a capacidade humana ultrapassa até mesmo os limites do corpo físico. A pouco vi uma reportagem de uma maratonista que melhorou o seu tempo de prova com uma prótese na perna depois de estar comprovado cientificamente que nenhuma prótese das atuais supera uma perna humana em termos de desempenho.

Esses dias, num sábado de sol, eu fui limpar a casa que estava precisando de uma geral. Fui estrear o mop que havia comprado a algum tempo mas não tinha usado ainda. O mop é um esfregão que lembra os cabelos da Emília do Sítio do Pica Pau amarelo. Esse esfregão eu tinha utilizado a mais de 10 anos atrás, quando antes de eu estudar Geologia, trabalhava no Cinemark do Bourbon da Ipiranga. Ganhava menos de um salário mínimo na época (R$ 136,00) e uma das minhas funções era justamente limpar o vasto hall entre outros vastos corredores e pisos do cinema com aquela “ferramenta de trabalho”. Antes da inauguração do cinema todos os funcionários em vias de serem contratados passaram por um treinamento teórico de algumas semanas.

Essa introdução toda é pra dizer que a melhor forma de se usar um esfregão do tipo mop é fazer um “oito invertido” ou um símbolo do infinito, como queiram, para abranger uma maior área e melhor aproveitar cada vassourada. Lembro que eu seguia essa sugestão com a consciência de que era a melhor forma de limpar o que eu confirmei passados mais de 10 anos quando fui limpar o chão de casa. O que importa é que eu fazia com dedicação, mesmo sabendo que não ia mudar em nada no meu salário, que a minha intenção não era ser promovido (na real não sabia ainda o que queria da vida). Eu simplesmente trabalhava bem porque achava que era o certo, independente do quanto aquele trabalho valia. Eu comecei a escrever isso faz tempo e interrompi por causa de compromissos mais importantes, mas hoje retomei ao ver um programa na televisão aonde o dono de uma grande empresa de entretenimento se disfarçou de funcionário para ver o dia a dia dos seus funcionários das escalas mais baixas, desde a mão de obra mais simples. Ele ficou surpreendido com a importância que os seus funcionários davam para o seu trabalho, e aprendeu muito com aquilo. A compensação da dedicação e do trabalho bem feito é intangível. Não conseguimos mensurar o quanto isso nos fortalece e nos favorece muitas vezes por sermos imediatistas e achar que somente os resultados pontuais são verídicos. Mas a atitude da pessoa dedicada é muito mais do que um modo de ter sucesso na vida, é uma filosofia que une o prazer do trabalho com a tranqüilidade de dever cumprido.

2 Respostas para “O “mop” o oito invertido e a dedicação no trabalho

  1. Parabéns! Compartilho da sua opinião, sempre mantive esta atitude.
    Acredito que no momento certo terei minhas respostas.

    • Opa, obrigado! Com certeza nossas respostas chegam, sempre.
      Valeu pelo comentário, estava pensando até em aposentar esse blog hehe.
      Abraço

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