A Religião e a Religiosidade

céu

Eu sempre disse que existe uma grande diferença entre a religião e a religiosidade. Mas para minha grata surpresa escutei isso de um professor da UFRGS que eu admiro e tive a o prazer de almoçar junto com ele esses dias. Ele estava explicando que a consciência do “divino” veio antes do advento da agricultura e das cidades. Ou seja, o homem quando ainda era nômade já construíra templos para fazer reuniões, como se a crença em Deus estivesse ligada aos primeiros lampejos de consciência do nosso “default”. Foi a descoberta destes templos muito antigos que contrariou o paradigma que do homem caçador e nômade teria vindo a agricultura e depois os rituais religiosos. Detalhe que o professor este que me refiro é ateu. De todas as funções ou objetivos das religiões, para mim, só um é e sempre será o mais importante nesse mundo: tornar as pessoas melhores. Eu tenho vários outros amigos ateus como esse professor e todos eles são pessoas que não são egoístas, se preocupam com os outros, não são imediatistas, não questionam, desdenham ou criticam a minha religião. Como eu costumo dizer: “são ateus mais cristãos do que muito cristão que eu conheço”.  Eles aparentam uma tranquilidade que no caso de “passarem para o outro lado” e se depararem com um ser todo de branco estilo médico de Nosso Lar não vão entrar em choque por não ser a realidade que esperavam, porque simplesmente estão preocupados em ser bons no aqui e agora. É exatamente isso que a meu ver é o maior pecado dos dirigentes das religiões. Eles estão mais preocupados em disseminar a fé, em construir potências, templos e se esquecem do que para mim é o mais importante: tornar as pessoas melhores. Agora vem essa do papa, entra papa, sai papa e o papo é sempre o mesmo: um mês de assunto na mídia e a herança de mesmos conceitos arraigados e atrasados do tipo “o amor deve ser feito só para a procriação”. Queria saber aonde entram o amor dos estéreis nesta concepção.

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