Há muito, muito tempo atrás, provavelmente mais de dez anos, que eu vi uma cena em um filme que nem me lembro qual era, ou qual a sua história, mas que ficou marcado justamente por aquela cena. Nela, dois interlocutores conversavam e um (ou uma) perguntou ao outro (ou outra) qual tinha sido o dia mais feliz da sua vida. O outro (ou outra) respondeu que tinha sido um dia que tinha ido pescar com seu avô. Ou seja, um dia simples, nada de mais, mas que a sensação tinha sido muito boa. Eu confesso que não saberia dizer qual foi o dia mais feliz da minha vida. Na verdade existiram muitos dias bons, dias em que ocorreu algum um fato marcante (dá-lhe Inter campeão mundial ;)), ou de uma conquista importante como a formatura, ou até mesmo um dia comum como um passeio solitário pela Redenção.
No devaneio dos meus 27 anos e meio, o conceito, o caminho, e a importância da felicidade sofreram refrações e reflexões como um raio laser que incide sobre um espelho no fundo de um aquário. E eu nem to aqui para contar a minha história, e o que de fato é real e importante nela, mas eu fico curioso para saber se as pessoas já se questionaram, e além do mais, sabem exatamente qual foi o dia mais feliz da sua vida.
Creio que muitos pensam como eu, na verdade não existe um dia, tomara que não exista, porque se um dia já foi o mais feliz, o que sobrará para os outros.
O nascimento de um filho, mas que poderão vir outros, uma viagem, mas que poderão vir outras, a compra da casa própria, um aniversário, uma virada de ano, um dia de inverno, um dia de verão. São tantas coisas e sensações a serem exploradas. Quais são as prioridades?
Enfim, acho que os bons momentos e dias felizes não precisam ser únicos, e mais do que isso podem ser muito bem construídos. Para tanto, algo há mais tem que ser dado e considerado todos os dias, o valor dado as pequenas coisas, os sentidos atentos, etc…